Análise Odyssey 2: O novo notebook gamer da Samsung

A Samsung entrou no mercado de notebooks gamers há quase três anos com a linha Odyssey. Como este mercado continua crescendo a cada dia que passar, a empresa sul-coreana revelou a continuação da linha no final de 2019, chamado de Odyssey 2. Os novos lançamentos chegam com um visual refinado, componentes atualizados, mais potência e novas funções.

Continue lendo para saber tudo sobre esta nova linha da Samsung que promete disputar com os melhores do mercado.  

Design e acabamento

Esta linha chega para tomar o lugar da Odyssey, por isso proporciona melhorias em vários aspectos, incluindo construção, acabamento e design. A primeira evolução que podemos notar é que agora sua carcaça finalmente é feita de metal. Além de dar um ar moderno e de luxo (categoria que este aparelho se encaixa), finalmente condiz com os preços elevados cobrados neste tipo de aparelho. Na geração passada, a empresa apostou no plástico como material para a carcaça dos seus notebooks gamers, algo que não agradou aos fãs.

Em questão de design, agora temos um produto um pouco mais minimalista. O formato “quadradão” continua, mas agora sem tantos detalhes super chamativos e que às vezes nem faziam muito sentido quando olhávamos o Odyssey como um todo. O teclado retroiluminado continua, além do numérico e até padrão brasileiro (sim teremos o Ç), mas o touchpad agora volta para o formato quadrado tradicional, com uma cor um pouco fosca. A tela possui bordas bem finas e segue a nova geração, enquanto que sua dobradiça agora está localizada no centro, o que dá mais espaço para a refrigeração. 

O logo na tampa do aparelho continua e agora temos um pequeno em sua parte frontal (acima do teclado). A empresa também anunciou melhorias no sistema de refrigeração do aparelho, que agora conta com 15% a mais de volume de ar com suas ventoinhas “Jet Blade”. Na linha anterior, não era difícil ver o aparelho atingindo até 90 graus em alguns jogos. 

É importante ressaltar que este modelo está mais fino que os anteriores e não é muito pesado, possuindo 2,5 quilos. Não podemos esquecer de falar das suas entradas. Ele possui uma HDMI, uma de USB tipo C, 3 portas USB 3.0, uma para fones de ouvido P3 e a entrada Ethernet. Todos os modelos possuem bluetooth 5.0.  

Diferentes modelos e especificações

Como de costume, a Samsung oferece a linha em diferentes configurações assim consegue atingir diferentes públicos. As mudanças em processadores, RAM, armazenamento e placa de vídeo prevalecem, mas agora temos uma novidade: tela melhor nos modelos mais “parrudos”. Se você optar pelo modelo mais caro, terá uma tela com 144 Hz de taxa de atualização! Confira os detalhes das três opções vendidas aqui no Brasil: 

Desempenho geral

Como são notebooks gamers, suas configurações são bem altas para tarefas cotidianas, fazendo com que essas não sejam algum problema e até mesmo programas mais pesados como edição de foto ou vídeo. Um “problema” que a linha antiga tinha, ainda não foi exterminado totalmente aqui que é a falta de SSD em todos os modelos. Na linha Odyssey de 2017, dos cinco modelos que vieram para o Brasil apenas um já estava equipado com SSD, e esse tipo de armazenamento faz muita diferença hoje. Um notebook com 8 GB de RAM, GTX 1650 e i5 de nona geração, que é o modelo mais “básico” desta linha, ainda sentirá engasgos e lentidão no uso cotidiano pela falta deste tipo de armazenamento. Este modelo ainda se limita ao HD de 5400 RPM, algo que nos dias de hoje não é recomendado ainda mais para modelos tão “luxuosos”. 

O lado positivo é que dos três notebooks lançados aqui, dois já chegam com SSD, um deles inclusive tendo a versão NVME, que é mais rápida que um comum. Outro ponto positivo é que o preço dos SSD’s hoje está bem acessível, então por mais que seja um erro da Samsung não mandar todos com este tipo de armazenamento, é barato de você comprar a peça separada e bem fácil de instalar, já que ele conta com um slot dedicado a isso. Os dois modelos com este tipo de armazenamento apresentam um desempenho fantástico, isso graças a grande quantidade de memória RAM que a Samsung colocou, fazendo com que você não sinta nenhum aplicativo engasgando ou até mesmo travando.

A bateria ainda é um “problema” em notebooks gamers, entre aspas, pois quem compra este tipo de produto deve estar ciente que essas não têm durações prolongadas iguais a modelos convencionais. Quando mais potente o aparelho, mais energia será sugada e isso se refletiu aqui. Nos testes realizados, o notebook com a placa RTX 2060 dura entre três e quatro horas em tarefas como navegação pela internet e vídeos em constante reprodução, tudo isso com o brilho no máximo. A autonomia vai variar de acordo com o seu uso e configurações do momento, mas não espere uma bateria tão duradoura assim. 

Desempenho em jogos

Como esse notebook é bem recente e com um preço bem alto, ainda não existem muitos testes com todas as versões, sendo a maioria dos reviews com o modelo mais caro, que possui a RTX 2060. Veja uma tabela que montamos reunindo alguns dados de vários testes realizados: 

As versões de entrada e intermediária ainda não possuem muitos dados de testes em jogos disponíveis. Para o modelo mais básico, conseguimos achar algumas demonstrações em que mostrava o GTA 5 atingindo 100 de FPS com gráficos no alto, CS:GO atingindo mais de 200 de FPS com os gráficos também no alto e Shadow of the Tomb Raider atingindo os 60 de FPS com gráficos no médio. É válido ressaltar que todos os valores mostrados aqui podem sofrer alterações dependendo de configurações específicas que o usuário opte por fazer, diferentes versões de atualização do jogo e momentos diferentes da jogatina. Além disso, todos esses dados foram testados com o aparelho na tomada. Você até pode usá-lo para jogos sem estar conectado a energia, mas perderá boa parte de seu desempenho e a bateria irá durar no máximo duas horas.

A Samsung possui um software chamado “Odyssey control”, em que você pode configurar vários aspectos do notebook entre eles modo de exibição do jogo (a tela muda suas cores e tonalidades para diferentes tipos de jogos como FPS, RTS RPG e outros), Dolby Atmos que dá um ganho de volume no áudio sem perder quase nada de qualidade, ver informações sobre o desempenho, criar perfis novos entre outros. Mas o principal recurso é o “Beast Mode”, que dá uma turbinada no desempenho do aparelho para jogos. Você deve estar pensando “lá vem essa balela de turbinar jogo quando na verdade não dá diferença nenhuma” né? Nesta configuração o ganho é real, chegando a até 20 de FPS em alguns jogos, isso porque ele aumenta a frequência da placa de vídeo e processador, elevando-os praticamente aos seus limites. Com isso, obviamente a temperatura irá aumentar, por isso as ventoinhas também ganham mais potência. 

Por falar em temperatura, aqui os jogos continuam atingindo altas temperaturas, registradas entre 90 e até 100 graus em alguns casos. O lado positivo é que as ventoinhas conseguem fazer um ótimo trabalho e refrigerar bem, junto às saídas de ar. Diferente da primeira linha deste notebook, agora as duas ventoinhas são localizadas nas laterais do aparelho, conseguido dissipar melhor o calor e não o deixando concentrar perto das teclas mais usadas (AWSD), algo que acontecia com frequência no Odyssey e era alvo de reclamações dos usuários.

Tela

No modelo básico e intermediário, temos uma tela de 15.6 polegadas com recurso anti reflexo e um painel IPS, com qualidade Full HD. As cores possuem um ótimo tom, o contraste é bem regulado e o brilho é consideravelmente forte. É uma tela boa que fica ali no meio do caminho, não sendo a melhor possível para quem trabalha em áreas onde a fidelidade de cor e outros aspectos são extremamente importantes e nem a opção perfeita para os gamers mais exigentes. De qualquer modo, você pode configurá-la para apresentar o melhor resultado possível de acordo com suas exigências. 

No modelo mais caro, os consumidores acabam recebendo uma tela com as especificações citadas acima e uma frequência de 144 Hz de taxa de atualização, com o recurso G-SYNC, que sincroniza a RTX 2060 com a taxa da tela, evitando tremulações e serrilhados durante os jogos. 

Conclusão

Mesmo em sua configuração mais básica, a linha Odyssey 2 possui um hardware bem potente e atual. O lado positivo dos aparelhos é o fácil upgrade de alguns itens como memória e armazenamento, alto bem importante principalmente para o modelo que não chega com o SSD (que já deveria ser regra hoje, né dona Samsung?). É bom ressaltar que não são aparelhos baratos, mas para quem quer investir em um notebook gamer terá que lidar com isso em qualquer opção desejada, pois este segmento nunca terá modelos baratos.

É notável a evolução que a Samsung fez desde seus primeiros lançamentos de notebooks para jogos no mercado, mesmo ainda deixando a desejar em alguns pontos como melhorar significativamente a bateria e modelos não muito competitivos com os rivais no quesito preço. De qualquer forma, fique de olho nas promoções caso queira adquirir um Odyssey 2. Se você quiser dar uma olhada na primeira linha da marca sul-coreana, pode conferir o nosso review do Odyssey, com notebooks que mesmo após quase três anos do lançamento, ainda são bem interessantes.